“Nosso amor é muito
bonito, ela finge que me ama e eu finjo que acredito”
Nelson Sargento
A procura de ajuda em conflitos conjugais e familiares já não é motivo de vergonha, o que significa que há uma mudança de mentalidades. Nem todos os
conflitos têm que acabar num divórcio podendo o casal trabalhar as suas
diferenças com a ajuda de um terapeuta se esse for o desejo dos dois, ou
separar-se sem traumas se a continuidade da relação não for possível.
Por outro lado o casal que se desfaz em conjugalidade, não
deixará de ser um casal parental, logo, a terapia de casal serve também para
ajudar na relação futura com os filhos, depois da separação.
Todo o indivíduo é um grupo, ou seja, dentro de cada um
existe ao longo de toda a sua vida (um pai “bom”,
e, ao mesmo tempo, pai mau; uma mãe igualmente
“boa e uma mãe “má”, a relação do casal, os filhos, os vínculos entre irmãos
etc.) sendo que cada uma destas personagens interage entre si no interior do indivíduo
e no exterior, levando a que o casal repita o “teatro” da sua família, sem que
seja possível escapar aos vínculos transmitidos nas suas vivencias de infância. É fundamental para que a vida prossiga que se analise os aspectos familiares de cada um, para isso é feito um genograma do casal e de cada um dos membros.
As principais causas que desgastam a relação de um casal, ao
ponto de conduzir a um desejo de separação ou divorcio, são as seguintes:
- · Uma profunda desilusão quando a fase de paixão passa e a realidade se impõe.
- · Personalidades imaturas, de um ou ambos, de dependência dos pais, ou quando os filhos nascem.
- · A entrada de uma terceira pessoa na vida do casal.
- · Infidelidade conjugal
- · Lutos patológicos por resolver.
- · Agressões recíprocas
- · Mudança de valores em casais que se formaram ainda muito jovens.
- · Indefinição de papéis junto aos filhos, sogros e pais.
- · Falta de limites familiares com as famílias de origem.
- · Patologia de personalidade de um membro, embora neste caso não seja um factor determinante.
Objectivos da terapia de casal:
- · Reconhecer a relação vincular do casal (que vínculos os unem ou afastam).
- · Perceber o papel da transgeracionalidade ( que vínculos e padrões foram passando de geração em geração)
- · Restabelecer o processo de comunicação.
- · Ajudar a compreender as dinâmicas do casal.
- · Aceitar as diferenças do outro.
- · Aprender a respeitar o outro enquanto indivíduo diferente.
Na terapia de casal o cliente é o casal.
Como é que se processa a terapia de casal?
A terapia de casal é um processo de análise da relação a dois ,com o
terapeuta, onde ambos vão percebendo os aspectos que impedem a relação de se
desenvolver ou decorrer na normalidade. A terapia de casal pode ser em sessões
semanais ou quinzenais com a duração de uma hora.
Quando é que não é caso para terapia de casal?
Não há restrições à terapia de casal. Pode-se fazer
terapia sempre que o casal tenha um conflito que não consegue resolver sozinho ou
se o casal se quiser separar sem conflitos, sobretudo se existirem crianças
envolvidas na separação. O casal que se separa deixa de ser um casal
conjugal mas será sempre um casal
parental, assim, é conveniente que procurem ajuda mesmo que a intenção seja de se separar, ou que já estejam separados.