“ A vida mental do bébe é despertada e animada pelo desejo entusiástico, a paixão dos pais. Senão existir um investimento parental, a mente do bébe não se desenvolve…o instinto de vida esmorece…é uma sobrevivência apática e abúlica…”

Georges Mauco (1978)

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Consultas infantis: uma abordagem familiar.


O pedido de consulta para crianças entre os cinco anos e os doze é frequente pela parte dos pais, surgindo a criança como o foco problemático. Não é invulgar os problemas serem detectados na escola e estarem relacionados com problemas de comportamento, dificuldades de concentração, mau aproveitamento escolar, ou algumas vezes dificuldades no relacionamento familiar, entre pais e irmãos.

Numa perspectiva  clínica podemos observar a criança em separado da família, mas, sabemos de antemão que se não houver uma intervenção familiar ( terapia familiar) dificilmente surgirão mudanças. Para que pais e filhos estejam em harmonia é necessário que o fluxo comunicacional se restabeleça e que os vínculos afectivos que os une sejam clarificados. Portanto, é pertinente, quando os pais pedem uma consulta para uma criança que o façam no sentido familiar. Muitas vezes o medo de ser posto em causa leva a que os pais sinalizem a criança e não queiram colaborar no sentido familiar. A terapia familiar - ou outras- não visa acusar os pais ou po-los em causa, mas sim, orientar e ajudar a normalizar os afectos e a comunicação.

 Nas entrevistas iniciais além de investigar o sintoma, tem-se 
oportunidade de construir a história da família, através da qual obtemos mais do que dados cronológicos, mas também a forma como esta é contada pelos diversos membros.

 O facto de ser sempre necessária uma abordagem familiar, feita por um terapeuta familiar com formação em terapia familiar, não implica que por vezes não seja necessária uma intervenção com a criança, isoladamente da família, mas, não é indicado fazer intervenção com crianças sem trabalho com a família. 

Numa primeira entrevista o terapeuta ouve todos os membros da família e faz uma compreensão do problema, ao que, no final da sessão, devolve à família a sua perspectiva do observado e propõe uma forma de intervenção. A terapia familiar ( sistémica ou psicanalítica) ocorre com a frequência semanal ou quinzenal. 

Está com problemas com o seu filho(a)? Marque uma consulta de terapia familiar e fique esclarecido sobre o seu problema em particular. De salientar que cada caso é diferente dos outros e que não se podem comparar casos com familiares ou amigos, e que, o passar do tempo não resolve as questões familiares sem uma intervenção, muito pelo contrario, agravam-se e deixam marcas nas gerações vindouras, pois os vínculos relacionais disfuncionais transmitem-se através das gerações, provocando problemas psicológicos graves. 


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